"Não temos nada contra a Santa Casa da Misericórdia, que até poderá
ganhar no futuro com a regulamentação das apostas on-line, mas não
podemos é manter e admitir esta situação de monopólio que hoje
existe", sustentou, em declarações à Agência Lusa.
Para "sensibilizar as entidades governamentais" e "alertar as
consciências para a questão das apostas on-line" a Liga Portuguesa
de Futebol Profissional (LPFP) promove hoje, em Lisboa, uma
conferência internacional sobre este mercado emergente.
"O mercado das apostas on-line existe, através da Internet, a que toda
a gente pode aceder hoje em dia, mas neste caso concreto o Estado
não arrecada um cêntimo de receitas", reparou Hermínio Loureiro.
O dirigente defende que, numa altura em que o Estado procura novas
formas de financiamento, "a regulamentação das apostas on-line abre
uma janela de oportunidade para aumentar as receitas fiscais".
"Há receita fiscal que está a ser desperdiçada pelo Estado. Quando
está em cima da mesa a captação de novas receitas fiscais está aqui
uma (apostas on-line) que está a passar ao lado", apontou.
Por outro lado, Hermínio Loureiro alerta para a necessidade de se
"procurar novas formas de financiamento para os clubes, porque no
mercado on-line são utilizados nomes dos jogadores, emblemas,
logótipos de competições e a receita não é nenhuma".
Hermínio Loureiro aposta na regulamentação do mercado das aposta
on-line para, por um lado, "captar novas receitas fiscais e, por outro,
aumentar o rendimento dos clubes que participam nas competições
profissionais".
"Comparativamente a outros países, em que as casas de apostas
apostam e são patrocinadores, como a Bwin no Real Madrid, também
aqui os clubes portugueses vão perdendo competitividade do ponto de
vista desportivo", explicou o dirigente.
O presidente da LPFP pretende, por isso, "regulamentar as apostas
on-line por forma a criar condições para que estas empresas possam
operar no mercado português e abrir sedes no nosso país".
"Não se trata de nenhuma acção concertada contra a Santa Casa da
Misericórdia. Chamamos, sim, a atenção para uma nova oportunidade
e para um novo modelo de negócio que existe", defendeu Hermínio
Loureiro.
Para o responsável, "é fundamental criar novas formas de
financiamento para os clubes profissionais que vêem os seus
emblemas, nomes, logótipos, marcas e activos utilizados diariamente
por milhões de adeptos sem receber nada em troca".
"Nós queremos, acima de tudo, que se quebrem os tabus
relativamente a esta matéria, e quem tem duvidas possa escutar com
atenção os modelos de desenvolvimento que foram seguidos noutros
países, e países da União Europeia, e que estão aqui bem ao lado",
defendeu.
Ainda de acordo com Hermínio Loureiro, "a vizinha Espanha é um
exemplo, nomeadamente na sua comunidade de Madrid, mas em
França e em Itália os passos dados nos últimos tempos são muito
interessantes".
"Julgo que eram os passos que o Portugal também devia dar",
defendeu Hermínio Loureiro, acrescentando que "alguns países
estavam mais atrasados do que Portugal nesta matéria mas têm vindo
a melhorar".
A conferência visa sensibilizar as entidades governamentais para as
apostas on-line e regista a presença de especialistas de diferentes
países, que irão partilhar os caminhos seguidos na regulamentação
deste mercado.
será que é desta que vai acabar o monopólio da santa casa??